Após virem a tona denúncias de assédios moral e racismo contra servidores - a maioria paraenses - dentro do Ministério das Mulheres, a Controladoria-Geral da União (CGU) pediu informações à pasta sobre o caso.
Por meio de nota, a CGU informou que tomou conhecimento dos fatos e que solicitou informações para o acompanhamento e a adoção de medidas cabíveis. O Grupo Liberal procurou o Ministério das Mulheres e aguarda retorno.
Entenda o caso
O portal Alma Preta divulgou áudios atribuídos à ministra Cida Gonçalves, nos quais ela fala com servidores comissionados sobre a exoneração da ex- Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, a paraense Carmen Foro.
Nas gravações, Cida diz que assim como a Carmen saiu, "boa parte" dos servidores ligados a ela também poderia deixar o ministério. A secretária executiva do Ministério das Mulheres, número 2 na pasta, Maria Helena Guarezi, também é acusada por comentários de cunho racista sobre o cabelo crespo de Carmen Foro. Durante uma reunião, ela teria pedido para que a ex-secretária paraense se sentasse porque o cabelo dela estaria atrapalhando a sua visão.
Carmen Foro, natural de Moju, no Pará, é uma ativista conhecida pelos seus esforços em prol das mulheres negras e trabalhadoras rurais, além de já ter coordenado a Marcha das Margaridas. Foro, que ocupou o cargo de secretária até agosto, foi exonerada enquanto estava de licença médica por transtornos mentais adquiridos no próprio Ministério das Mulheres.
Na reportagem do Alma Preta, foram ouvidos 17 funcionárias e ex-funcionárias do ministério, revelarando que os episódios de assédio moral e racismo teriam se intensificado na gestão de Cida Gonçalves e da secretária-executiva Maria Helena Guarezi. As denunciantes, todas sob anonimato por medo de represálias, descreveram um ambiente de trabalho adoecedor, marcado por assédio moral, racismo e perseguições políticas. Carmen Foro era a única negra entre as secretárias do ministério, um órgão que, segundo as funcionárias, ganhou o apelido de "Ministério do Assédio".
Fonte: O Liberal
Fonte: O Liberal