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Cultura e meio ambiente

Festival Tapajós Vivo conecta arte e luta pela defesa dos rios em Santarém

O festival é organizado pelo Movimento Tapajós Vivo e será realizado nesta sexta-feira (15), na Praça Tiradentes


Em meio a um cenário de seca e pressões crescentes sobre o rio Tapajós, o Movimento Tapajós Vivo anuncia o 2º Festival Tapajós Vivo. No dia 15 de novembro, a partir das 18h30, a Praça Tiradentes será o palco de uma grande manifestação em que a arte se torna a voz da luta pela proteção das águas.

Para Dan Selassie, um dos artistas participantes, o festival é um espaço essencial para ecoar as vozes povos da região, cujas realidades são silenciadas pelas queimadas e pela estiagem que isola comunidades inteiras. "Nada melhor que a arte para despertar a consciência em todos os lugares. Fala-se muito de COP e de acordos climáticos, mas raramente se destaca os problemas que enfrentamos no Norte", afirma Selassie.

O festival surge como uma resposta à série de ameaças ao rio Tapajós, como a poluição por mercúrio, a pesca predatória, a construção de portos e hidrelétricas, além das discussões sobre a construção da Ferrogrão e uma hidrovia, projetos que representam uma grave ameaça ao equilíbrio ambiental da região. O festival reforça seu posicionamento contra a Ferrogrão e as hidrovias no Tapajós, iniciativas que colocam em risco as águas e as populações locais.

"A arte tem o poder de sensibilizar nossos corpos e nossas mentes. Se não fossem as manifestações culturais — música, dança, poesia —, seria ainda mais difícil enfrentar os desafios diários. Como diz Gilberto Gil, cultura é uma 'necessidade básica'. Ela está profundamente conectada às vivências dos povos da Amazônia, presente nos rios, nas matas, na terra, em tudo que tem vida", explica Ingrid Sabrina, do grupo de carimbó Os Encantados.

Com o 2º Festival Tapajós Vivo, o Movimento Tapajós Vivo reafirma que a cultura também é uma ferramenta de luta capaz de mobilizar a população na defesa do meio ambiente. "O Tapajós precisa da nossa união para ser defendido. Através da cultura, queremos ecoar o grito de socorro do rio, sensibilizando a todos sobre a urgência de agir contra a seca e os projetos que nos ameaçam", destaca Kamila Sampaio, do Movimento Tapajós Vivo.

Durante o festival, haverá uma campanha de arrecadação de alimentos para apoiar as comunidades que vêm sofrendo com a seca. Esses alimentos serão destinados àqueles que sempre estiveram na linha de frente da defesa do rio e que dependem de suas águas para sobreviver. Em meio a essa crise climática, a campanha busca unir forças para apoiar quem sente na pele os impactos dessa realidade.

A programação inclui ainda a exposição fotográfica "Nossos Rios", que celebra a beleza dos rios amazônicos e lança um olhar crítico sobre a urgência de sua preservação. Haverá também apresentações de poesias inéditas, exaltando o Tapajós, suas histórias e memórias, e trazendo à tona as esperanças guardadas nas margens do rio.

O público poderá assistir a 10 shows imperdíveis de artistas locais, como Andrew Só, Priscila Castro, Os Encantados, DJ Allana, DJ Robacena, Dan Selassie, Livaldo Sarmento, Mestre Chico Malta & Grupo Cobra Grande, Marcelle Almeida e Sambatuque.

Ascom/Movimento Tapajós Vivo

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