No último dia 10, foi inaugurado, em Santarém, no oeste do Pará, o Ecocentro da Sociobioeconomia em parceria com a Associação Cooperativa dos Trabalhadores Agroextrativistas do Oeste do Pará (ACOSPER), o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR) e o Projeto Saúde e Alegria (PSA). O evento contou com a presença de representantes dos Ministérios de Cooperação da Alemanha e da Noruega, além da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e diversas autarquias governamentais e empresas públicas na área do Meio Ambiente, como IBAMA, ICMBIO e BNDES.
Durante a cerimônia, o Movimento Tapajós Vivo (MTV) entregou uma carta à ministra Marina Silva denunciando violações socioambientais na região do Tapajós, incluindo projetos como o Ferrogrão, portos, hidrovia, hidrelétricas, entre outros. A carta entregue por Edilberto Sena expressa apoio ao trabalho da ministra em defesa da natureza e da Amazônia, destacando a importância de não se submeter aos interesses econômicos nacionais e internacionais de nenhuma empresa, seja ela privada, pública ou mista.
Trechos importantes da carta incluem:
"Manifestamos nossa confiança em seu papel como ministra de Estado na defesa do meio ambiente. A senhora é uma figura respeitada no país e no mundo, especialmente em um momento em que a crise climática exige alguém disposto a intervir para salvar a Amazônia e o planeta. Um caso exemplar é a pressão do governo federal para explorar petróleo na costa do Amapá, a nova pressão para construir a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, o criminoso projeto Ferrogão, além da continuidade dos garimpos no Tapajós e a construção de portos de soja e milho para a logística no médio e baixo Tapajós".
A carta finaliza com a seguinte mensagem:
"O governo federal não pode submeter sua autoridade aos interesses de outros ministérios. Seu poder hoje é muito mais forte do que nos primeiros mandatos do presidente da República. Hoje, a senhora tem força para dizer NÃO a projetos que só destroem o equilíbrio climático. Acreditamos em sua firmeza contra o ecocídio que pode ser provocado por grandes, médios e pequenos projetos na Amazônia. Conte com nosso apoio enquanto movimento social. Portanto, o Ministério do Meio Ambiente e seu corpo técnico-científico não podem se submeter aos interesses econômicos nacionais e internacionais de nenhuma empresa, seja ela privada, pública ou mista".
Assim, o MTV reafirma seu compromisso com a luta socioambiental no Tapajós, posicionando-se contra projetos de destruição na bacia do rio e apoiando o trabalho da ministra.
Ascom/Movimento Tapajós Vivo