Em uma iniciativa transformadora, o projeto "Rumo a uma Gestão Participativa da Água na Bacia do Tapajós" lançou seu curso de formação de Defensores e Defensoras das Águas do Tapajós na última quarta-feira (14). Esta formação busca colaborar no empoderamento de povos indígenas, quilombolas, extrativistas, pescadores e comunidades tradicionais, na gestão participativa e na defesa das águas.
Realizado pelo Movimento Tapajós Vivo (MTV), Instituto Centro de Vida (ICV), Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA) e WWF-Brasil, o principal objetivo desta ação foi colaborar na capacitação das comunidades locais para se tornarem vozes ativas e reconhecidas nos debates políticos sobre a gestão das águas do Tapajós. "O processo formativo contou com a metodologia da Educação Popular, sempre seguindo os princípios de junção dos conhecimentos científicos e populares/tradicionais na defesa das águas do Tapajós", destaca Johnson Portela, do Movimento Tapajós Vivo e diretor pedagógico do curso.Em sua primeira edição, a formação buscou sensibilizar e capacitar 25 participantes convidados de organizações das regiões do Teles Pires, Juruena, Alto, Médio e Baixo Tapajós. Com uma metodologia dinâmica e baseada em práticas críticas e reflexivas, o curso almeja criar um espaço formativo inclusivo, onde povos indígenas, pescadores, extrativistas, quilombolas e povos tradicionais possam adquirir conhecimentos técnicos e políticos fundamentais para a proteção dos rios do Tapajós.
Sob o tema "Conjuntura das Águas do Tapajós e Governança Democrática: Conhecer para Transformar a Realidade", a formação abordou uma série de tópicos interligados que proporcionaram uma visão abrangente e crítica sobre a gestão das águas. Os temas geradores incluem: aspectos sociológicos e mudanças climáticas; historicidade e desenvolvimento na Amazônia; conjuntura socioambiental do Tapajós; múltiplas perspectivas sobre o que é água; e ciência política e governança democrática.
A formação foi alicerçada em uma visão de inclusão e participação, com objetivos de promover a conscientização política, cultural e técnica das comunidades da bacia do Tapajós. Ao integrar conhecimentos tradicionais e científicos, o curso capacitou as comunidades para ocupar espaços decisórios e influenciarem políticas públicas relativas às águas.
O curso foi co-construído colaborativamente pelas quatro organizações responsáveis pela iniciativa (MTV, ICV, FEPIPA E WWF-BR), em parceria com o Instituto de Ciência e Tecnologia da Água da Universidade Federal do Oeste do Pará (ICTA/UFOPA) e dentro do escopo do Projeto Político Pedagógico da Escola de Militância Socioambiental da Amazônia (EMSA).
Ascom/Movimento Tapajós Vivo