O Ministério Público Federal (MPF) promoveu uma reunião, em Santarém (PA), com lideranças indígenas e representantes de instituições responsáveis por serviços públicos de saúde voltados às comunidades tradicionais da região do Tapajós. No encontro, as lideranças das Terras Indígenas Munduruku, Kaboro'a, Parawaduki e Açaizal relataram que enfrentam graves situações de precariedade nos serviços de saúde ofertados pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Rio Tapajós.
Entre os principais problemas apontados pelos indígenas, estão:
Em decorrência da demora na transferência de pacientes para unidades de saúde mais estruturadas para atender casos graves ou urgentes, os indígenas afirmam que, em alguns casos, familiares chegaram a óbito. Exemplo disso foi o caso de uma criança que faleceu por causa de uma picada de animal peçonhento e pela falta de atendimento imediato.
Também participaram da reunião representantes da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Hospital e Maternidade Santa Terezinha e das Associações Indígenas Wuyxaximã e Wakoborun.
Providências – Com o objetivo de garantir o direito a serviços de saúde dignos e eficazes aos indígenas, o MPF enviou ofício para a Sesai e para a Controladoria Geral da União (CGU), para provocar o diálogo sobre alternativas simplificadas para os procedimentos internos da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em atendimento à solicitação de transporte aéreo para os casos de remoção urgente de pacientes.
O órgão também solicitou à Funai e ao Ministério da Saúde que encaminhem o diagnóstico em saúde do povo Munduruku, apresentado na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, o MPF enviou ofício para os municípios de Itaituba, Jacareacanga, Aveiro, Trairão, Rurópolis e Novo Progresso, além de para o Distrito de Castelo dos Sonhos, no município de Altamira, para obter informações sobre os planos de ações emergenciais em combate ao período de estiagem e que informem os recursos que receberam do Fundo Amazônia para essa destinação e como estão realizando a devida aplicação.
Fonte: MPF