O Pará teve 37% de redução nos alertas de desmatamento em setembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, segundo dados oficiais do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A confirmação da redução ocorre em um momento importante, em que o estado concentra esforços em ações de combate às queimadas, que já foram intensificadas com a declaração de estado de emergência ambiental.
Em setembro, foram registrados 198 km² de área recoberta por alertas de desmatamento no estado, menor que no mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 315 km². Em área, essa redução é de 117 km².
O governador Helder Barbalho destaca os bons resultados. "Estamos, comprovadamente, em uma trajetória de queda do desmatamento no Pará, mesmo em meio às queimadas que vem afetando não só a Amazônia, mas o Cerrado e o Pantanal também. O Pará ter redução neste momento é a prova de que a fiscalização e o combate aos crimes ambientais seguem firmes e vêm dando resultados, mas não apenas isso. Com um conjunto de políticas públicas de transformação do uso da terra, estamos estimulando um processo de transição que vem comprovando que a floresta tem mais valor quando está de pé e viva e este resultado é mais uma evidência disso".
Acumulado - Na comparação entre agosto e setembro de 2023 e 2024, primeiros meses do chamado Ano Prodes, que é a contabilização anual de desmatamento realizada pelo Inpe, o Pará teve redução de 25%. Em 2023, a área recoberta por alertas era de 519 km² e este ano é de 390 km².
Em relação ao ano que apresentou a maior área recoberta por alertas de desmatamento na série histórica, 2020, quando foram registrados 1.325 km², a redução em 2024 é de 71%, o que equivale a 935 km².
"O registro de setembro de 2024 é o segundo menor de toda a série histórica, desde 2019, e se comparado com 2022, quando a área recoberta por alertas era de 531 km², temos uma redução ainda maior, de 63%. Isso mostra o quanto as ações do estado têm sido eficazes para combater o desmatamento e especialmente em um momento crucial como este, de combate a queimadas e em que os efeitos das mudanças climáticas se impõem", explica o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Raul Protázio Romão.
Redução de 31% em municípios prioritários
Nos 15 municípios prioritários para o combate ao desmatamento no estado, listados no Decreto Nº 2.887, de Emergência Ambiental, a redução em setembro foi de 31% e o equivalente a 52 km², diante dos 117 km² de área recoberta por alertas registrados em setembro e contra 168 km² do ano anterior. Os municípios que constam no decreto são Altamira, Anapu, São Félix do Xingu, Pacajá, Novo Progresso, Itaituba, Portel, Senador José Porfírio, Novo Repartimento, Uruará, Rurópolis, Placas, Trairão, Jacareacanga e Medicilândia,
Na Amazônia Legal, composta pelos estados do Pará, Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Estado do Maranhão, também houve redução. A área recoberta por alertas em setembro de 2024 caiu de 630 km² para 560 km², o que representa uma redução de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior, equivalente a 70 km².
Pará estimula floresta viva como fonte de renda
Sede da COP 30, no ano que vem, o Pará desenvolve um conjunto de políticas públicas estratégicas para estimular a transformação do uso da terra, oferecendo alternativas ao desmatamento como fonte de renda. Com o projeto de Pagamento por Serviços Ambientais 'Valoriza Territórios Sustentáveis', produtores rurais são beneficiados com R$2,6 mil por hectare por serviços de regeneração, recuperação e conservação dos recursos naturais. Além disso, com o programa Pecuária Sustentável, o Estado, que já identifica o gado, garante o retorno de produtores ao comércio da carne a partir do compromisso com a recuperação de áreas anteriormente degradadas.
Além disso, em setembro, o Pará se tornou o primeiro do Brasil e o primeiro estado subnacional do mundo a vender quase R$ 1 bilhão em créditos de carbono e garantir financiamento da Coalizão LEAF para apoiar seus esforços de redução do desmatamento. Tal feito celebra um novo tempo em que a preservação da floresta se prova rentável e ajuda a financiar políticas públicas para manutenção dos modos de vida de comunidades tradicionais e o desenvolvimento sustentável.
Fonte: Agência Pará