O setor florestal brasileiro tem se consolidado como um dos pilares da economia nacional, movimentando uma receita bruta superior a R$ 260 bilhões, conforme destacado pela Revista Forbes. No oeste do Pará, especialmente em Santarém, essa atividade desempenha um papel estratégico, impulsionando o desenvolvimento econômico e a geração de empregos. As projeções para 2025 indicam um crescimento significativo, impulsionado por avanços tecnológicos, incentivos aos créditos de carbono e práticas sustentáveis.
A região de Santarém tem se destacado pela implementação de concessões florestais voltadas ao manejo sustentável e à conservação ambiental. Recentemente, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) promoveu audiências públicas para discutir a concessão de uma área de 68.680,72 hectares na região Mamuru-Arapiuns, abrangendo os municípios de Santarém, Juruti e Aveiro. O objetivo é garantir a exploração racional dos recursos florestais, promovendo o crescimento econômico aliado à preservação ambiental.
Especialistas apontam que, em 2025, haverá um aumento expressivo na demanda por biomassa, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Esse crescimento está diretamente ligado à transição energética, com diversas indústrias substituindo fontes fósseis por energias renováveis. No entanto, a disponibilidade de matéria-prima segue como um desafio, tornando as florestas plantadas, como as de Mogno Africano, uma alternativa promissora para investidores, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF).
A busca por maior produtividade tem levado gestores a adotar estratégias inovadoras, como o cultivo de espécies de alta qualidade e investimentos em pesquisa e desenvolvimento genético. Tecnologias como inteligência artificial, drones para monitoramento florestal e sensores para análise de gases de efeito estufa estão entre as tendências que devem se consolidar no próximo ano.
Além dos avanços tecnológicos, a regulamentação do mercado de créditos de carbono no Brasil, por meio da Lei 15.042/2024, que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), promete impulsionar projetos de restauração de áreas degradadas e manejo florestal sustentável. Essas iniciativas não apenas fortalecem a conservação ambiental, mas também geram novas oportunidades econômicas para a região oeste do Pará.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), programada para ocorrer em novembro em Belém, será um marco para a valorização da Amazônia. O governador do Pará, Helder Barbalho, enfatizou que o evento será fundamental para promover a bioeconomia e atrair investimentos voltados à preservação florestal. O governo federal, em parceria com o BNDES e Itaipu, está investindo aproximadamente R$ 4,7 bilhões em infraestrutura e preparações para o evento, buscando garantir um legado duradouro para a região.
A realização da COP 30 na Amazônia coloca o Pará no centro das discussões globais sobre mudanças climáticas, conservação florestal e desenvolvimento sustentável. A expectativa é que o evento impulsione novos investimentos e políticas públicas que fortaleçam o setor florestal no oeste do estado, garantindo um equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental.